"Nenhuma estratégia de intimidação vai impedir esta missão humanitária"

Mariana Mortágua já reagiu ao alegado ataque, em Tunes, na capital da Tunísia, a um barco da Flotilha Global Sumud, que partiu no dia 31 de agosto, numa missão humanitária a Gaza.
Em entrevista à SIC Notícias, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) começou por contar que "foi um ataque de drone", recordando que algo semelhante "já tinha acontecido, numa outra flotilha, em Malta".
Desta vez, o drone "trouxe um dispositivo incendiário, que incendiou uma parte do barco".
De acordo com Mariana Mortágua, "este drone foi lançado precisamente num momento em que se sabia que não estavam algumas figuras dentro do barco, mas como estratégia de intimidação".
"Embora não tenhamos nenhuma confirmação ainda da suas origens", realçou.
Apesar do ataque, a deputada bloquista garantiu que "esta missão não pode nem vai ser travada e vai continuar". "É uma missão que tem dezenas de barcos, dezenas de países, tem dezenas de personalidades e, portanto, não há nenhuma estratégia de intimidação que impeça esta missão humanitária de continuar", concluiu.
Antes de Mariana Mortágua reagir ao ataque, já a Flotilha Global Sumud tinha confirmado que "um dos principais barcos, conhecido como 'Family Boat' (Barco da Família)", com bandeira portuguesa, que transportava membros do Comité Diretivo da organização, "foi atingido por um drone" em Tunes, capital da Tunísia.
No momento do incêndio, Mariana Mortágua estava noutro barco. Contudo, o ativista português Miguel Duarte estava na embarcação. Ninguém ficou ferido.
"O barco navegava sob bandeira portuguesa e todos os passageiros e tripulantes estão bem. Está em curso uma investigação e, assim que houver mais informações disponíveis, estas serão divulgadas imediatamente", acrescentou a Flotilha Global Sumud (GSF, na sigla em inglês), através de várias publicações hoje das redes sociais.
Também nas redes sociais a Flotilha partilhou as imagens do "ataque". Ora veja:

A Flotilha Global Sumud confirmou que "um dos principais barcos, conhecido como 'Family Boat' (Barco da Família)", com bandeira portuguesa, que transportava membros do Comité Diretivo da organização, "foi atingido por um drone" em Tunes, capital da Tunísia.
Lusa | 02:13 - 09/09/2025No domingo, Miguel Duarte já tinha indicado à Lusa que os barcos que zarparam no dia 31 de agosto de Barcelona (Espanha) encontravam-se ao largo da costa da Tunísia, onde iam realizar uma paragem para recolher mais ajuda humanitária e fazer reparações.
Além do ativista integram também a flotilha a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua e a atriz Sofia Aparício.
O ativista tinha lamentado na mesma altura a presença de drones a sobrevoar as embarcações que partiram de Barcelona, na semana passada, após denúncia da organização Global Movement to Gaza, uma das que promoveu a Global Sumud Flotilla.
A Flotilha Global Sumud, que pretende ser "a maior missão humanitária da história" com o território palestiniano de Gaza, saiu inicialmente de Barcelona. 'Sumud' é uma palavra árabe que significa resiliência.
As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.
A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Israel, que anunciou uma operação para tomar a cidade de Gaza, no norte do enclave, tem sido acusado de genocídio e de usar da fome como arma de guerra, que nega.
A ONU declarou em agosto uma situação de fome no norte de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
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